segunda-feira, setembro 11, 2017

Três Pontos

Era um jogo "perigoso".
Desde logo porque face um clube a que nos ligam mais de quarenta anos de péssimo relacionamento e muitas queixas para o nosso lado de prejuízos diversos desde uma Taça de Portugal roubada a apuramentos europeus prejudicados passando pelo "Apito Dourado" de que o Vitória foi uma das grandes vítimas.
E se na actualidade o Boavista é uma pálida sombra do passado, tendo esta época uma equipa que vai ter franca dificuldade em se libertar dos últimos lugares tão fraca é, a verdade é que jogos com esta carga emotiva são sempre de desconfiar.
Por outro lado o periclitante início de campeonato do Vitória, com apenas um triunfo em quatro jogos e sofrendo duas derrotas pesadas com Sporting e Estoril (onde ontem o Moreirense ganhou à vontade)traziam à equipa uma carga adicional de responsabilidade que nem sempre é a melhor conselheira em situações destas.
Se a isso acrescentarmos que numa radical renovação da equipa Pedro Martins deu estreia absoluta a Wakaso,Vitor Garcia e Rincon, estreou como titulares Kiko, Jubal e Sturgeon, e estreou esta época Konan recuperado de lesão, constata-se que apenas Douglas,Pedro Henrique, Raphinha e Rafael Martins tinham sido até então presenças regulares, o que obviamente se repercutiria nos processos de jogo e entrosamento do onze.
Foi o que aconteceu.
E isso deu origem a uma primeira parte do Vitória em que não conseguiu impor o seu jogo, não conseguiu criar lances de perigo e também não conseguiu marcar.
E se é verdade que defensivamente também não teve grandes problemas (apenas uma defesa apertada de Douglas) e no meio campo a dupla Kiko/Wakaso deu boa conta do recado, no ataque nada funcionou e a defensiva boavisteira neutralizou facilmente as poucas tentativas de construir jogadas com principio , meio e fim.
Ao intervalo Pedro Martins mexeu bem na equipa ,tirando Sturgeon e lançando Hurtado, e o futebol vitoriano melhorou claramente com a troca porque Kiko (bela exibição) passou a ter apoio efectivo na construção de lances ofensivos e a defesa adversária começou a enfrentar problemas que até então não tivera.
O Vitória fez um golo, podia ter feito mais um ou outro como num espectacular remate de Kiko à entrada da área e não menos espectacular defesa de Vagner, e essencialmente passou a jogar melhor a toda a largura do terreno e com alguns lances interessantes.
Do outro lado Douglas tinha pouco que fazer mas nesse pouco ainda teve tempo para duas excelentes defesas a negarem golos "cantados" ao Boavista que poderiam ter dado ao marcador uma evolução injusta face ao que se viu durante os 90 minutos.
Em suma um triunfo justo do Vitória, algumas apostas ganhas ou a caminho disso e a necessidade de dar tempo a alguns jogadores para se entrosarem na equipa, no clube, no próprio campeonato para que o plantel possa dar o máximo que está ao seu alcance.
Sendo certo, sem demagogias nem a necessidade que outros terão de dizerem o que dizem, que até Janeiro este plantel é inferior ao que tínhamos a época passada nesta mesma altura.
Jorge Sousa fez uma arbitragem de pequenos erros, pequenas tolerâncias face ao jogo faltoso do Boavista, mas no computo geral perfeitamente aceitável.
Depois Falamos.

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