segunda-feira, janeiro 14, 2013

Rali de Portugal (1)


Nunca fui grande adepto dos desportos motorizados.
Automóveis, motos, barcos ou aviões.
No que concerne aos primeiros, de todos e apesar de tudo os meus favoritos, sempre fui muito mais de ver corridas de fórmula 1 na televisão (nunca assisti a nenhuma ao vivo até agora) do que provas de resistência ou ralis.
Tenho, contudo, uma relação antiga com o rali de Portugal que nesses tempos se chamava rali TAP durava cinco ou seis dias e era muito mais interessante(e exigente) do que hoje.
Digo eu.
Porque tinha grandes equipas, grandes pilotos que alternavam vitórias e títulos, classificativas diurnas e nocturnas em pisos de terra e de asfalto e uma espectacularidade única.
Com as classificativas de Fafe e a noite de Sintra a darem momentos inesqueciveis aos amantes da modalidade com aquele rali decidido ao segundo entre Marku Alen(Fiat) e Hannu Mikola(Ford) numa dessas famosas noites da serra de Sintra.
A minha relação com o rali começou no inicio dos anos 70 quando juntamente com um grupo de amigos e colegas saíamos do liceu para ir á praça da Mumadona ver os carros a caminho(ou de regresso) das classificativas de Fafe.
Posteriormente deixamos de ir ver os carros passarem a caminho de Fafe e passamos a ir mesmo a Fafe ver a prova.
Continuou quando estudante em Coimbra (1980) fui com três colegas ver a famosa classificativa de asfalto em S.Pedro de Moel no meio do pinhal de Leiria e uma outra logo a seguir de que já não recordo o nome.
Por esses tempo fui também ver a classificativa nocturna de Ponte Lima no meio do monte e com largos milhares e espectadores.
E como não recordar as classificativas na Penha (sim na Penha!) de madrugada com os carros a subirem por Belos Ares e a descerem pela Costa perante o entusiasmo de milhares de madrugadores que começavam a subir a montanha ás primeiras horas do dia.
Depois, estando no serviço militar em Santa Margarida, também fui ver umas classificativas nocturnas a Martinchel que propiciavam sempre alguns momentos espectaculares e das quais guardo recordações bem presentes.
O tempo andou, o entusiasmo pelos ralis que nunca fora muito esmoreceu, e as ultimas vezes que o vi ao vivo foi porque ele me passava literalmente á porta.
Trabalhava na rua Gil Vicente em Guimarães e os carros vindo da Póvoa de Varzim para as muito referidas classificativas de Fafe subiam a Av.Conde Margaride a rua Gil Vicente e lá iam pela estrada nacional (nesse tempo não havia circulares nem auto estradas entre Guimarães e Fafe)até ao inicio dos troços cronometrados.
E garanto que era espectacular, até porque eles não vinham propriamente a "pastar" dado terem limites de tempo a respeitar entre a saída da neutralização da Póvoa de Varzim e o inicio das classificativas,ver aquelas "bombas" a acelerarem em ruas urbanas cheias de gente a vê-los passar.
Memória de um tempo que seguramente não volta.
Depois Falamos

2 comentários:

il disse...

Eu gosto muito de ver na TV. Quanto ao Rali de Portugal vi classificativas de Arganil, porque tenho casa por perto -foi só subir a Serra do Açor.

O engraçado é que havia fulanos que tinham feito centenas de kms e depois perdidos de bêbados queriam dormir no meio dos arranques dos carros. E nada viam...

luis cirilo disse...

Cara il:
se calhar num próximo post também vou contar algumas histórias que vivi nas minhas idas ao rali...